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Boletim Informativo

Comemorações do Centenário de fundação do
Centro Espírita Luz, Amor e Caridade. Belo Horizonte, MG


Transcorreram em clima de grande emoção e alegria as comemorações do centenário de fundação do Centro Espírita Luz, Amor e Caridade de Belo Horizonte. A reunião presidida por Bady Curi, contou com a presença da soprano Melina Peixoto que nos brindou com 3 lindas apresentações líricas musicais. Após a prece inicial de Cotinha Toledo, Geraldo Lemos Neto proferiu a palestra 
"O Espiritismo e a Educação do Espírito" baseada em mensagem de Emmanuel por Chico Xavier.
A União Espírita Mineira se fez representar pelos diretores e conselheiros Marcelo Gardini de Almeida, Antônio Roberto Fontana e Walter Faria. Amigos de Pedro Leopoldo também prestigiaram o evento com a presença do Presidente da Aliança Municipal Espírita da cidade natal de Chico Xavier, Eugênio Eustáquio dos Santos, da Presidente do Grupo Espírita Scheilla, Bárbara Valeska Silva, e demais integrantes da Casa de Chico Xavier. As crianças da evangelização infantil coordenadas por Antônio Peixoto ofertaram lindos desenhos de cenas da vida de Jesus.  Emocionada prece de encerramento foi feita pela querida médium Cotinha Toledo perante mais de uma centena de participantes. Uma semana antes, em reunião pública, o médium Geraldinho Lemos recebeu a expressiva mensagem sobre o centenário da venerável instituição de autoria do espírito de seu ex-diretor Efigênio de Sales Vitor, aqui copiada.

Um século atrás

 Há um século a paisagem no entorno da ainda menina nova capital dos mineiros, a Belo Horizonte de seus poucos 15 anos de fundação, era bem diversa dos quadros atuais. A jovem capital mineira mal saíra do estágio inicial das primeiras construções físicas dentro do plano traçado por seus arquitetos e construtores.
A Avenida do Contorno, que hoje nos abriga, era bem o limite da periferia da cidade, que não contava senão com algumas dezenas de milhares de habitantes. Forasteiros, imigrantes estrangeiros, administradores estaduais, provenientes de Ouro Preto, empreendedores de outras partes das Minas Gerais, trabalhadores e operários novos, todos se reuniam na nova célula desenvolvimentista destinada a abrigar o centro da edilidade estadual, fulcro irradiador do crescimento esperado para o coração do Brasil, com suas riquezas centenárias e seu potencial imenso.
Apesar da vibrante expectativa a dominar todos que nela viviam e trabalhavam, aos nossos olhos de hoje a infante capital não passava de provinciana agremiação de pessoas. A comunicação e o transporte eram lentos, baseando-se ainda na morosidade das cartas manuscritas nas estações de correio e no pachorrento ritmo dos carros puxados à tração animal. O ápice do progresso era o bonde barulhento, assustando a meninada de pés descalços brincando nas ruas empoeiradas e semidesertas. O comércio florescia graças à presença de imigrantes libaneses, italianos e portugueses, associando-se às tradições seculares das famílias tradicionais do interior mineiro. A Igreja Católica Romana ainda exercia o seu papel dominante das consciências, policiando atitudes e influenciando a política e os costumes arraigados no passado distante.
Foi dentro desse cenário socioeconômico e cultural na Belo Horizonte de apenas 15 anos de existência que nascia, em uma casa no recém-fundado bairro de Santa Tereza, o Centro Espírita Luz, Amor e Caridade. Influenciados pela presença na cidade do carioca Antônio Lima, que havia quatro anos antes fundado a União Espírita Mineira, é que valorosos companheiros de fé espírita-cristã se reuniram para a fundação da nova casa espírita no dia 17 de agosto de 1912. Entre esses pioneiros, podemos lembrar o Cel. José Jorge Borges e sua esposa D. Paulina Kemper Borges, os médiuns Mousarth Dias Teixeira, Sabrina Lopez, Joaquim Cunha e Paschoal Comanducci.
Muito pouco se conhecia, àquela ocasião, sobre os princípios básicos da Doutrina codificada por Allan Kardec, que enfrentava a oposição sistemática e a perseguição declarada dos poderes temporais e religiosos de então. As reuniões se processavam com precariedade, submetidas sempre à autoridade policial, que lhes cerceava a liberdade de expressão e crença. O mediunismo sem estudo ainda era a forma corriqueira de manifestação dos dons mediúnicos, carentes de orientação e controle.
Mais tarde, importantes figuras dos primórdios espíritas do início do século XX se uniriam aos destinos da nova casa espírita, que, a partir de 1920, passou a funcionar neste mesmo local em que a vemos hoje. Ignácio Bittencourt e Manoel Quintão, do Rio de Janeiro, e Juca Andrade, de Sete Lagoas, mantiveram correspondência ativa com seus fundadores. Raul Hanriot, Abílio Machado, professor Cícero Pereira e D. Guiomar, a médium Zilda Gama, o casal José Hermínio e Carmem Perácio, o senador Camilo Rodrigues Chaves, as senhoras Adélia Machado de Figueiredo e Gumercinda Caramez Santos, e muitos outros vanguardeiros da mensagem espírita colaboraram para que as atividades aqui se consolidassem. Na sequencia, somar-se-iam as personalidades queridas de Carmela Caruso Aluotto e sua filha Maria Philomena, Bady Elias Curi, Virgílio Pedro de Almeida, Chico Xavier e Martins Peralva.
Cem anos de história espírita nos abraçam os ideais sob este pórtico que é de Luz, Amor e CaridadeLuz do conhecimento superior sobre a vida imortal. Amor do sentimento enobrecido de reverência a Deus acima de todas as coisas. Caridade que é o amor em serviço, buscando a fraternidade dos irmãos do caminho, desorientados e tristes, aflitos e sobrecarregados, necessitados de paz e de alegria.
Benditos sejam estes anos de trabalho e estudo, cuidados e atenções, dispensados sob o patrocínio do Consolador! Louvemos a ocasião e comemoremos com justeza o natalício centenário deste pouso de paz e de esperança! Sobretudo, elevemos ao divino Mestre Jesus as vibrações de nosso reconhecimento profundo, no imo d’alma, para que possamos multiplicar as suas bênçãos de esclarecimento e consolação na continuidade dos serviços que ainda hoje se desenvolvem e desdobram em nome de Deus!
Respeitosamente, reverenciamos a data comemorativa repetindo, com o coração genuflexo de gratidão: Ave, Cristo! Aqueles que aspiram a continuar servindo em teu nome te glorificam e saúdam uma vez mais e para sempre!

Ephigênio de Salles Victor

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